sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Nihon - Minha primeira impressão.



Daqui a alguns dias completa dois meses que eu cheguei aqui.Incrível como parece que passou muito mais tempo, mas isso deve ser normal de se sentir quando a família, os amigos e a antiga vida fazem tanta falta. Isso não quer dizer que eu não esteja satisfeita com a minha vida agora, ao contrário, me sinto realmente contente por estar aqui com meu marido, e por vê-lo todos os dias, isso me faz muito feliz, mas não exclui a saudade de tudo o que ficou pra trás.
Não sei explicar, pra mim o Brasil sempre será o lugar onde eu quero estar, mas às vezes sinto como se o paraíso fosse aqui no Nihon. Não não, claro que estou exagerando, o paraíso com certeza é bem melhor, mas aqui a vida transcorre de uma maneira que eu julguei que fosse inexistente nesse mundo. Me surpreendi.
Nada de assaltos, nada de arrombamentos, nada de roubos, nada de armas, nada de sujeira, nada de sequestros, nada de furtos, nada de falta de educação, nada de lixo, nada de pobreza, nada. Parece que tudo o de mais ruim no mundo não achou o caminho pra cá, deve ser porque aqui é muito longe, talvez as coisas ruins tenham se perdido no meio caminho rs. Não sei como nem o que houve pra que tudo aqui fosse desse jeito, só sei que em vista de onde eu vim, isso aqui parece um sonho. Pra mim era utópico uma vida assim, chegando aqui vi que neste mundo tudo pode ser de verdade.
Eu vou no trem e vejo mulheres sempre muito elegantes usando suas joias de ouro cravejadas de brilhantes e diamantes, e às vejo tranquilamente sentadas em seus lugares no trem, sem se preocupar com o trombadinha que poderá levar suas bolsas, ou com o sequestro relâmpago que poderá surpreendê-las a qualquer momento, elas estão lá, despreocupadas quanto a tudo isso.
Deixo minha bolsa em qualquer canto da loja lotada quando vou experimentar alguma roupa e quando volto a minha bolsa ainda está lá, com tudo o que eu tinha dentro. Intocada.
Passo nas ruas e vejo os donos das casas varrendo a frente das mesmas e cuidando da limpeza da rua. Nunca vi "gari" aqui, todos tem a cosciencia de manter seu espaço, limpo.
Tudo é muito organizado, os trens chegam e saem exatamente na hora marcada, você é muitíssimo bem atendido em qualquer loja em que resolver parar, as pessoas são muito prestativas e extremamente educadas, têm a maior dificuldade pra lhe dizer um não.
Todos têm a oportunidade de conseguir um trabalho e viver bem com o que ganham por ele. Não há abismos sociais e a maioria das coisas é acessível a todos que trabalham e tem um salário no fim do mês. Todos independente de classe sociais, usam os trasnportes coletivos, que aliás são muito bem elaborados e cuidados.
Receio que a temporada que ainda vou passar por aqui será longa. Apesar de tantas inacreditáveis novidades os próximos anos serão os mais longos da minha vida...
Mas sabe do que mais? Isso aqui tem me parecido impressionante!

Thábata Reis

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Tende bom ânimo.




Hoje eu quero falar a você, meu querido, sobre coisas que todos conhecemos. É verdade que nós não temos os mesmo problemas, o meu problema pode não ser grande pra você e o seu problema pode não ser grande pra mim, ou os nossos problemas somados podem ser muito menores em vista dos problemas de outras pessoas pelo mundo que vivem situação de extrema miséria, mas uma coisa é comum, em qualquer situação, seja ela grande ou pequena, pra você ou pra mim, o nosso coração se aperta, o nosso coração se angustia, se agonia.
Mas se pararmos pra pensar, problemas são coisas que não deixam de existir, quando não é problema de saúde, é com a família, na vida profissional, crise financeira ou mesmo alguma insatisfação pessoal. Alguém que nos magoa, que não corresponde às nossas expectativas, alguém que perdemos, alguma coisa que não alcançamos, alguém a quem amamos que está sofrendo e com quem compartilhamos desse sofrimento, nossa! são tantas coisas todos os dias que nos fazem viver sentimentos ruins e não há pra onde fugir, todos os dias nós teremos problemas, todos nós que somos humanos jamais conseguiremos fugir de dificuldade qualquer que seja ela. Eu estava pensando nisso hoje.
Por isso a palavra de Deus diz: "No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo!".
Hoje eu parei e pensei: "Senhor, como vamos viver nesse mundo, com tantos problemas que ele tem? Cada dia é uma nova crise, cada dia são mais famintos, mais pessoas vivendo em situações desumanas, mas filhos teus sendo sacrificados, fora os nossos problemas pessoais que às vezes quase nos sufocam. Essa agunstia essa tristeza agoniante, ah meu Senhor, me ensina como lhe dar com isso!" - e logo após isso lá vem o Senhor me dizendo, "tende bom ânimo, tende bom ânimo..."
Se nós vivermos pensando em quantos e quais são os nossos problemas, as nossas angunstias, os nossos medos, que hora e que tempo teremos para crescer e viver o projeto que Deus tem traçado pra nós? Deus tem coisas tão maravilhosas, ele quer nos abençoar, benção de alegria, benção de paz, benção de saúde...ah quanta benção Deus tem pra nós.
E o nosso Deus é aquele que nos conforta, que nos consola, um Deus bom que nos põe no colo e fala aos nossos ouvidos, que está conosco, que vai nos socorrer. Vamos ter problemas sim, mas nós temos um Deus que é a nossa esperança, que vela e zela por nós, ah como é bom viver e saber que existe um Deus que nos ama que se importa conosco, com os nossos problemas.
O Senhor Jesus levou sobre si as nossas dores, as nossas enfermidades, os nossos medos, as nossas culpas, tudo estava sobre ele, e hoje, nessa longa caminhada que é a nossa vida, nessa caminhada de lutas, de dificuldades que muitas vezes nos fazem pensar que não vamos chegar no fim, temos o nosso amado Senhor, em quem podemos descansar, em quem podemos confiar.
Hoje eu tava precisando de carinho, de conforto, e o Senhor me deu. A alegria do Senhor é a nossa força, e viver cada dia feliz na presença do Senhor é a cura pra todas as mazelas que vivemos neste tempos.
Existe um Deus no céu que ama você!
Tenha uma linda e feliz manhã, meu querido leitor!

Thábata Reis

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

ah! Como Deus nos ama...


"Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou no coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam." - I Co.2.9

Quando páro pra pensar nesse texto fico arrepiada. É incrível como a palavra de Deus é viva e se cumpre a cada dia nas nossas vidas. Pensar nas vezes em que eu me afastei de Jesus, quando com certeza feri o seu Santo Espírito, e ele ainda assim tem promessas pra mim, promessas pra nós, seus filhos. A nossa natureza humana nos faz cair muitas vezes em atitudes, em palavras ou em pensamentos que não agradam a Deus, mas ainda assim ele tem promessas pra nós.
A única coisas que precisamos fazer é dar espaço para que seu espírito venha agir e operar em nós e aí Deus se encarrega de fazer, muito mais daquilo que pedimos ou pensamos.
Hoje lendo a Bíblia me deprando com esse texto pensei em como Deus é maravilhoso, na minha vida ele tem cumprido cada palavra desse texto.
Mais do que eu pedi, mais do que imaginei, e quando eu penso que as coisas vão se desmoronar lá vem Deus, junta tudo e arruma cada setor da minha vida de uma maneira tremenda, me deixa tranquila por saber que é Ele quem tem o controle dos meus dias.
Nós não merecemos favor nenhum de Deus, mas ele nos ama de graça, e está com as portas e janelas do céu abertos e derramando bençãos em direção dos seus servos.
Só podemos louvar e agradecer a Deus de dia e de noite, pela sua infinita misericórdia para conosco, e pelo seu infinito amor que nos enche de graça e alegria!
Hoje eu só queria compartilhar isso aqui no blog.
Benção declarada pra sua vida, meu querido leitor!


Thábata Reis

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Sobre O casamento - Parte I


Tinha decidido não escrever nada aqui sobre minha vida pessoal, mas resolvi mudar de idéia. Aliás resolver e mudar de idéia são duas coisas que particularmente faço muito bem, e rápido. O momento que estou vivendo é único e portanto, impossível não querer guardá-lo junto com as minhas palavras, e então depois eu vou ler isto de novo, e de novo, e de novo, e se Deus quiser, a cada vez que eu ler sobre ele vou me lembrar de como fui feliz desde sempre. Glória a Deus por isso!
Então, vou escrever aqui mais subjetividades do que as minhas idéias possam passar, nos momentos que eu julgar mais importantes.
De uns dois meses pra cá estou preparando o meu casamento, Lindo e eu já estamos casados desde o dia 22 de fevereiro de 2008 para a glória de Deus, mas ainda teremos a benção do Senhor em uma cerimônia religiosa. Desde o início haviamos decidido fazer algo bem simples, até porque o mais importante já aconteceu, que foi a nossa união em matrimônio. Mas o nosso Deus não é aquele que faz muito mais do que pedimos ou pensamos?
ÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ.
E ele me deu uma mãe super dedicada que decidiu nos dar uma festinha, simples mais muito caprichosa.
Por mais simples que seja qualquer coisinha que queiramos preparar pra uma ocasião como esta dá trabalho, e eu não tenho feito outra coisa a não ser correr de um lado pro outro atrás de vestidos, flores, fotógrafos, cardápios, convites, bolos, doces, lembranças e cravos (eu quero um cravo lindo pra lapela do meu Lindo). Confesso que tenho estado um pouco cansada e stressada em meio a tantas coisas por preparar, me descobri uma noiva completamente desesperada rs Imagino que esteja me sentidno assim principalmente porque meu Lindo, a despeito de sua vontade, não pode estar aqui para junto comigo providenciar todo o necessário para o nosso casamento. Ele ainda está no Japão estudando e cuidando do futuro da nossa pequena família.
Sem ele eu fico meio perdida sem saber direito o que escolher, porque também quero que as coisas saiam do jeito que ele gosta, e às vezes não sei bem como fazer isso, então na medida do possível ele escolhe uma coisinha ou outra e se empenha em participar o quanto pode. Ele é um queridooo! Então por tudo isso me sinto cansada às vezes, mas estou adorando tudo. Quando me deito de noite depois de um dia cheio eu paro e penso "Agora falta menos um dia!".
Nossa como eu estou feliz! Não estamos juntos ainda, ele não tá aqui pra resolver as coisas comigo, mas eu estou tão feliz.
Feliz com a maneira como tudo aconteceu, feliz por que Deus tem nos abençoado, tem nos guardado e estado conosco, nos consolando e nos fazendo alegres a cada dia, mostrando que tudo não foi em vão, valeu a pena.
Valeu à pena esperar pra ver meu Lindo voltando pra mim, pra abraçá-lo sabendo que finalmente ele é meu e que estamos juntos pra nunca mais nos separar. Valeu pra entrar no salão e vê-lo lindo lá no altar esperando por mim, como tem feito até agora. Valeu pra vê-lo se derramando em declarações dizendo que está com saudades e o quanto me ama. Valeu pra ver nossa relação sólida. Um amor que eu comparo ao ouro, que pra deixar de ser um minério qualquer sem valor, é provado no fogo, onde se transforma em beleza e riqueza. Um amor forte, provado na dor.
Valeu por tuuuudo que temos vivido de bom e ruim até hoje.
Graças a Deus por isso.
Só ele pra ser tão misericordioso e nos dar tamanha benção, a benção de chegarmos até aqui e irmos ainda muito mais longe, juntos!
AAAi não consigo mais escrever o quanto nem como, só sei dizer que hoje eu sou uma mulher profundamente feliz!
Obrigada, meu Deus!
Daqui a 7 semanas ele chega, se Deus quiser!




Saudosa,
Ansiosa,
Apaixonada...


Thábata

Me cheira, me cheira...


"Ele cheira meu rosto
Gosto quando ele me cheira
Gosto do cheiro e do gosto
É cheiro e é gosto de vida inteira...
E se chove, abraço ele
Se faz sol tambem...
Ele é lindo
Eu sou dele
Ele me faz bem.
Choro quando ele vai embora
E peço a Deus pra trazer ele de volta
E fico abraçada ao travesseiro com o cheirnho dele,
esperando de frente pra porta."


Esse texto não é meu, achei na internet. Mas gostei.
É a cara do meu melhor marido.
Estou contando os dias, louca pra que chegue logo a hora em que eles não vão ser mais do que os meus dedos da mão direita.
Quem manda ser tão apaixonada pelo marido, dá nisso!


Thábata

sexta-feira, 20 de junho de 2008

[ESTEIO] minha saudade.



Porque minhas palavras se esgotam quando ainda tenho tanto pra falar?
Tanta coisa que eu ainda pretendia dizer, mas já não sei fazê-lo sem me tornar redundante.
O que me resta falar além de que sem você o mundo fica monstruosamente diferente?
Que sem você o meu sorriso não se mantém e chora.
O que dizer além de que sem você a minha alegria saltitante se senta nostálgica numa calçada qualquer e desaba em tristeza?
O que mais eu poderia dizer além de que sem você todas as minhas certezas ardem em indecisão e não se encontram enquanto não te percebem por perto?
E que quando você não está a minha existência colorida se resume a um preto e branco saudoso. Que com você longe, eu sinto como se me faltasse a mão direita.
Que quando você me falta me falta também o ar e o meu coração aperta.
Tudo de mais bonito me passa despercebido e a minha visão se embaça quando não vê na paisagem o teu olhar.
E que não me importa nada além da tua companhia.

E se eu não te pertencer tudo pode ir embora de mim, e eu vou ser cadáver, sem alegria, sem vida, e sem amor...

Thábata.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Amor do tamanho de um átomo!


o meu amor é grande: tem o tamanho de um átomo! Ele não poderia ser tão perfeito se não fosse tão grande. E com todo seu tamanho ele percorre cada parte de mim, com a sua extensão ele me inunda. Impossível não ser lembrado a cada segundo de que ele existe e está vivo em mim, eu o sinto vibrante no meu corpo cada vez que, ao invés de respirar, suspiro.
A minha vida acorda em meio aos risos que ele me causa quando faz cócegas caminhando por cada um dos meus lugares mais sensíveis.
E ele é do tamanha de qualquer ínfimo vazio que de vez em vez tenta surprender-me a alma.
Ele me toca, e quando o percebo, sinto-me coberto por conforto e segurança,
e eu me sinto no céu com ele.
Entendo que um amor deste tamanho não atraia muita gente, mas a mim, com toda sua simplicidade, ele causa uma explosão de dimensões catastróficas no peito, que atinge meu coração e o sacode; nesse momento o seu tamanho se perde e eu o identifico pela proporção da sua força.
E eu prefiro sentir o amor assim: avassalador;
e eu o sinto, só porque o meu amor é grande!
Thábata.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

a minha falta de sono.


Hoje eu vi um fato interessante que me fez atentar para algo que a minha mente, sempre em meio a uma constância de atividades, ainda não havia parado pra perceber.
Depois de uma noite longa, levantei-me cansada, mesmo tendo dormido bem mais que o habitual. Já passava de uma hora da tarde quando resolvi acordar e ainda não me sentia renovada da estafa que me causara a noite anterior, então me dirigi à cozinha, belisquei alguma coisa e voltei pra cama.
Quando despertei duas horas depois veio o susto. Como de costume eu já estava atrasada para um compromisso importante e inadiável, e então me pus a correr. Voa pro banho, escolhe a primeira roupa no armário, pega sapato, bolsa, chaves, documentos, papel, caneta, corre para o ponto de ônibus, e a essas alturas eu já tinha menos de quinze minutos pra chegar ao meu destino.
Quando finalmente apanhei o ônibus, fui em direção a última cadeira, e sentei aliviada: pelo menos eu já estava à caminho. Nessa hora então eu descansei no assento e comecei a prestar atenção nas coisas e nas pessoas dentro do ônibus, coisa que eu não costumo fazer com freqüência. Foi quando eu vi um rapaz se levantando, ele já ia descer, era jovem e de boa aparência. Então ele se inclinou, e eu imaginei que fosse pra pegar uma bolsa, quando dei conta ele levantou em seus braços um menino, de mais ou menos uns três anos, que estava dormindo. Ele carregou a criança com certa cautela, mas meio sem cuidado com o sono do menino. Segurou o braço, estendeu o menino e quase o deixou erguido sobre o assento enquanto se apoiava pra não se desequilibrar, e ainda assim o menino não acordou.
Eu fiquei como expectadora, esperando a hora em que o menino iria acordar do seu sono que parecia tão gostoso. O pai o passava de um ombro para o outro e nada, o garoto não acordava, e seu semblante não denunciava nenhum indício de que ele iria despertar.
Nesse momento me lembrei das inúmeras vezes em que eu dormia no sofá e acordava na minha cama, ou então quando dormia na cama da minha avó e acordava na cama da minha mãe, sem nem ao menos me dar conta de como eu havia ido parar ali. “Sono pesadíssimo”, lembro de quando meu pai usava essa expressão pra definir a maneira como eu dormia, em um sono quase que profundo que infelizmente se afastou de mim.
Quando eu vi o pequeno garoto dormindo profundamente no colo do pai, fiquei saudosa da época em que eu realmente descansava ao fechar os olhos. Uma época em que eu não permitia que nada atrapalhasse esse momento, eu nem me permitia perceber quem, consciente ou inconscientemente tentava fazê-lo. E hoje, nem em meio a mais total tranqüilidade e silêncio, eu consigo dormir bem. Nem ao menos sou capaz de dormir sem ser acordada de madrugada por um nada que eu não sei o que é.
Deve ser um fantasma, que ao invés de cutucar o meu pé, cutuca a minha cabeça, e me impede de seguir ininterruptamente a minha noite. O tal desejado sono de beleza..há! Se eu fosse depender dele estava pior que a bruxa da Branca de Neve depois da metamorfose. Mas por mais que mesmo sem dormir eu não esteja de todo aparentemente ruim (modéstia à parte) a minha cabeça parece uma gruta de calcário cheia de infiltrações naturais de onde gotejam águas, elas não param de cair. E assim, como não consigo descansar minha cabeça, não consigo dormir, eu sinto que a minha cabeça não pára, o meu pensamento não descansa. É como se ele estivesse o tempo todo atento, acordado, em alerta. Ao menor zumbido de um mosquito, lá estou eu me espantando na madrugada.
O motivo?! Eu sinceramente desconheço. Realmente não me considero alguém necessitado de terapia ou algum tipo de acompanhamento psicológico (mesmo sabendo que os que mais precisam nunca admitem). Eu não tenho uma vida perfeita, com tudo certinho no seu lugar e com as minhas vontades todas feitas na hora em que eu desejo, de fato isto não acontece, mas neste caso, não sou só eu que vive assim. No mais eu sou uma pessoa sem maiores problemas, com uma saúde relativamente boa, com um marido atencioso, carinhoso, com pais vivos e saudáveis, com irmão com quem me dou bem, uma família harmônica em todos os sentidos, ou seja, claro que enfrento como todo mundo as lidas do dia-a-dia, mas nada fora do comum.
Então como explicar esse distúrbio do sono?! Eu não sei. Só sei que por uma noite eu queria sentir que os meus pensamento estão ordenados, todos ali, quietinhos como eu uma sala de aula em que o professor finalmente conseguiu pôr ordem...pensamentos em ordem, sono tranqüilo, coisa que já tive, mas já não tenho a algum tempo. Só posso torcer para poder recuperar o sono perdido, e receio que vá conseguir.
Dormir simplesmente. Sempre que eu estiver cansada e precisar. Dormir de verdade, só pela vontade, em qualquer lugar. Sem medo que um vento mais forte consiga me acordar. Coisa mais boba de se querer, mas eu queria.
Dormir seguro no colo de alguém, como um menino, e não acordar até estar totalmente descansado, e finalmente ouvir a insônia bater a porta em direção à saída da minha vida.
Thábata.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

à ele.

"Eu sonho com ele todas as vezes em que o céu escurece.Penso nele quando acordo, quando estou escovando o dente,quando tô tomando banho,quando tô tomando café,quando eu tô indo trabalhar,quando eu tô trabalhando,quando eu tô assistindo aula,quando eu tô indo pro inglês,quando eu tô voltando pra casa no ônibus,quando eu tô tomando banho pra dormir,quando eu me deito,quando eu fecho meus olhos, quando eu não penso.Não existe mais 'EU',seja lá o que eu pense eu pensarei por ele,não importa onde eu vá,irei até lá por ele.Agora não há mais nada além de 'NÓS'...Se eu respirar eu já tô pensando nele.Conheci o extraordinário quando fui arrebatada para onde só ele conhece o caminho,lugar ao qual me dirijo por um atalho sempre que penso nele.Os meus ouvidos estão tapados para a sinfonia da vida se eu não o tiver agarrado a mim embalando-me nos seus braços em uma dança transcendental que me faz alcançar o inatingível..."


Ao que me faz sonhar, homem da minha vida, príncipe do meu conto...

Thábata.

sexta-feira, 28 de março de 2008

A minha palavra.



Eu não escrevo com palavras difíceis.
Não.
Me recuso a desfilar o meu recheado vocabulárioo para os seletos leitores que aplaudem Nietzsche e leêm Kafka.
Mas não se trata de desapego à língua culta nem crítica à sua boa forma... eu a aprecio, mas quero me fazer entender a quem estiver interessado nas minhas deduções pouco sãs, e acrescer ao mundo mais um grão de pensamento.
Quero o vocabulário simples, que me permita alcançar o entendimento imediato de quem tenta através das minhas palavras, me ler.
E eu celebro a linguagem popular com seus sotaques, e me empanturro com a sua gordura.
Para que assim, tomando para mim a palavra do menino aventureiro, eu me faça mais clara e possa parar de gritar em meio ao requinte dos meus textos, cada um dos meus sonhos.
E então eu hei de revelar-me em apenas um sussurro.
Thábata.

domingo, 23 de março de 2008

Páscoa.

“...porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens.” – Tito 2:11

Neste mundo contemporâneo, onde a vida nos empurra a correr cada vez mais rápido e continuamente, onde a preocupação é ser mais forte para poder sobreviver nesta imensa cadeia a qual estamos inseridos, onde o amor se resume aos práticos beijos de novela...nesta época, onde parecemos mais montanhas congeladas do que coração de carne, é difícil atentarmos para o sentido desta data comemorativa, quiçá vivê-lo.
No tempo da igreja primitiva, a Páscoa significava a saída do povo de Deus do Egito, quando Deus feriu toda a terra egípcia e determinou que faraó liberta-se seu povo. Ele, o próprio Deus, quis e ordenou que essa data fosse lembrada pelos seus... Decorridos anos após esta ocasião, Deus percebeu que a Terra, a qual ele tinha criado com tanta satisfação, estava corrompida pelas atrocidades oriundas do pecado que dominava a mais perfeita obra de sua criação: o homem. O mundo estava encoberto pelo pecado do povo e Deus não via nele pessoa alguma que fosse digna, não existia ninguém que vivesse o verdadeiro amor, ninguém seria capaz de morrer nem ao menos por alguém por quem tinha apreço, imagine por pessoas desconhecidas, ou mesmo inimigas. Definitivamente, não existia em nenhuma face dessa Terra um amor tão arrebatador.
Então o Senhor Deus, com seu infinito amor e sua misericórdia, desenhou para este mundo sujo e ingrato um plano de salvação, um plano ousado, mas muito penoso para ele. Ele daria Jesus, o seu único e amado filho, para morrer pelo pecado dos homens e assim livrá-los da condenação, e lhes dar a oportunidade de libertação.
A vida de Jesus era o único sacrifício válido para lavar o homem de seus pecados, porque ele era o cordeiro vivo e santo, digno de honra e de glória, o magestoso filho de Deus. Mas Jesus não se fez homem unicamente para morrer humilhado numa cruz. Com seu falar ele veio reordenar o mundo, suas palavras fizeram reviver o sentimento que havia dentro de cada coração humano, o amor que é a marca de Deus em nós.
E Jesus tratou a todos, com um cuidado que de quem trata uma ferida aberta. Ele os reeducou, ensinando valores que até então estavam perdidos, como justiça, solidariedade, humanidade, bondade, força e fé. Ele veio fazer o impossível existir, e mostrar que valia a pena seguir o amor, que a recompensa para a bondade não é só após a morte, que se vive uma vida feliz e prazerosa sem que para isso seja preciso se lambuzar com as concupiscências da carne. Dessa maneira, Jesus plantou na terra seca, uma semente que prometia dar muitos frutos, e a regou com cada gota de seu sangue... Deus com a dor de um pai que entrega o único filho à morte, o fez para que todos nós pudéssemos ter a chance de nos redimirmos dos nossos pecados, nos arrepender, e então alcançar a salvação. E este sacrifício terá sido em vão?
Particularmente não acredito que sejam muitos aqueles que atentam para tamanha entrega. Principalmente de acordo com a maneira que vivemos atualmente, as pessoas se esqueceram de Deus. É muito mais prático dizer “Eu tenho Deus no meu coração e o sirvo dentro de mim!Não preciso de mais nada!”. É muito mais fácil mesmo esconder Deus dentro de si. Mas apesar disso, apesar de ser tão difícil revelar Deus em um mundo tão cruel quanto o de nossa época já se tornou, servir a Jesus é algo incomum e sem explicação.
Nesta data, pouquíssimas pessoas se propõe a fazer o que Deus ordenou, relembrar o sacrifício da cruz e seu imenso amor por nós. Claro! Comer ovos de Páscoa é bem mais delicioso do que pensar em um homem ensangüentado sofrendo as piores dores do mundo, pior ainda do que isso é pensar que ele morreu assim POR SUA CULPA! Ninguém quer esse sentimento pairando sobre a cabeça.
Mas não precisamos carregar esta culpa, isto Jesus já fez por nós. Nossas culpas, nossos temores, nossas ansiedades, nossos problemas, nossas doenças, tudo ele levou sobre a cruz. O que devemos pensar é que todo o sacrifício teve um objetivo, provar o maior amor do mundo, o amor de Deus, provar que existe este amor, aquele que é capaz de dar sua vida por quem nunca foi merecedor, provar que um homem pode sim amar o seu próximo se propuser a isso, provar que somos sim capazes de amar a Deus e a sua obra. Que servir a Jesus é mais do que uma obrigação é um ato de infinita gratidão por tudo o que ele nos ensinou e fez.
Dessa maneira eu penso que o sacrifício foi válido.
Quantas vezes pecamos em pequenas coisas que pra nós não significam nada. Às vezes detestamos a atitude de alguém e assim passamos a detestá-la também. Pecamos. Ou quando num ato involuntário contribuímos para que alguém sofra, isto direta ou indiretamente. Pecamos. E quando somos embevecidos pelo nosso próprio egoísmo e tomamos cada uma de nossas decisões preocupados com o nosso próprio interesse e desprezando totalmente o do outro. Pecamos. Quando machucamos um inimigo, um amigo, os pais, os irmão, ou quando profanamos o santuário de Deus que é o nosso corpo. Pecamos. Quando desprezamos a Deus e os seus feitos. Pecamos. Entre outros.
Jesus morreu, mas ao terceiro dia ressuscitou, venceu a morte e redimiu o seu povo. E "pelas suas feridas fomos sarados e feitos novas criaturas." Ele reVIVEU para nos acompanhar até o fim dos tempos...pois ele é real! E ele está conosco, nos aparando, nos consolando e nos perdoando. Ele nos tratou como pérolas sagradas quando não pássavamos de trapos de imundíce. Ele nos ama com todas as nossas imperfeições, pois é o grande oleiro que sempre pode dar boa forma ao barro....e com a sua vida, ele a cada dia transforma a nossa!
Pra nós seres humanos, carne fraca e tendente ao mal, pecar é muito fácil. Mas por Cristo que nos deu salvação, mediante um sacrifício tão penoso somos redimidos e libertos deste mal, se simplesmente confessarmos e nos arrependermos.
Quanto a mim, ainda tenho muito o que aprender. Porém Jesus, eu te quero como meu professor sempre, eu quero aprender de ti que é santo e justo, eu quero desfrutar deste amor que tu viestes nos apresentar. Eu quero ser tratada e permitir que o teu espírito habite em mim. Eu quero viver e lembrar-me do teu sacrifício, Senhor, sempre que a minha humana forma tender a pecar. Eu quero viver pra te adorar, Senhor, e te servir. Eu quero saber servir aos outros, meu Deus, a todos e não só aos que me amam. Eu quero aprender a amar a quem não me ama, e a me importar sinceramente com aquele que me maldiz...ainda temos várias lições para aprender, o caminho até este valioso aprendizado é longo, mas a força de vontade em conhecer Jesus e reconhecer a sua morte na cruz, é o início de uma tragetória que promete não ser fácil, mas que no entanto será encoberta pela grandiosa graça de Deus, que é o nosso consolo e a nossa força.
Que Deus derrame a sua graça sobre nós...
Tenham todos uma Feliz Páscoa!


Thábata.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O meu Conto




"Fecho meus olhos e lembro, eu numa saia plissada estampada com rosas vermelhas e uma blusa da mesma cor e ele com uma roupa que honestamente não ouso descrever porque o meu olhar não pôde enxergar mais nada além do seu rosto. Sempre tão democrático distribuía apertos de mão a quem passasse, quanto a mim sempre tão cheia de reservas como de costume, não fui capaz de nem ao menos cumprimentá-lo quando ele estava bem diante de mim. Mas eu o vi, e dali em diante eu não o esqueceria mais.
E por um instante me pareceu tolice que alguém a quem eu nunca havia visto, com quem nunca troquei nem meias palavras, tivesse mexido com a minha cabeça e me encantado, sem que eu nem ao menos tivesse escutado o timbre da voz. Mas aí já tinha acontecido.
Passada essa ocasião, minha mente guardava dele apenas uma lembrança nublada, mas nunca exaurida. E por lapsos de tempo lembrava-me do moço democrático que vi a distribuir sorrisos a quem passasse, mas a neblina sempre chegava ao amanhecer e eu não era capaz de ver nem um palmo do meu futuro a minha frente.
Lá uma tarde o moço democrático visita a minha casa e surpreendentemente faz com que a minha mão trema. Mas como era possível? Naquele instante eu não vislumbrava nenhum tipo de aproximação com ele, ele era alguém potencialmente interessante que eu poderia chegar a conhecer, mas estranhamente distante de mim.
Ele se mostrou ousado e então tentou as primeiras aproximações comigo sem que eu ao menos percebesse que ele queria a minha presença.
Hoje, depois do que já temos construído juntos e conhecendo-o como eu o conheço, eu posso saber que ele estava sentindo como eu, que alguma coisa dentro dele chamava por mim, mas a voz que pronunciava o meu nome ainda se confundia com o eco do futuro que ele estava prestes a enfrentar e ele não sentia que chegara a hora de se render. Mas já estava vencido.Mais que aproximar-se ele conseguiu a minha confiança, o meu apreço e por fim, totalmente rendida como ele, lhe entreguei o meu amor. Assim, sem rodeios, com a pressa de quem sente que tem força pra chegar, mas ainda não sabe onde.
E quem entre os leitores acredita em conto de fadas? Não falo da parte em que o casal fica “feliz pra sempre”, mas do momento em que um homem e uma mulher se encontram e a partir daí já não podem mais deixar de sentir que pertencem um ao outro. Quando de repente já não se pode imaginar a vida sem aquele abraço confortável, sem aquelas palavras carinhosas que ninguém no mundo pronuncia igual, sem os afagos, beijinhos e mil carinhos logo de manhã, sem sentir que alguém o ama na mesma medida que você à ele e saber que essa medida é enorme...
Sou obrigada a acreditar em contos, senão em todos, ao menos no meu.
Um conto de vida no qual eu fui apresentada a um amor calmo, tranqüilo, que arde nas minhas veias e grita sua força no meu peito.
No meu conto tem um príncipe. Ele é atencioso, cuidadoso, carinhoso, amoroso, doce, educado, romântico, gentil... claro, ele é lindo! E o meu príncipe enfrentaria florestas sombrias, monstros e furiosos dragões pra me tirar da torre da bruxa. E eu, doce princesa, me atiraria da janela mais alta do castelo, pra cair descansada em seus braços.
E eu, princesa, o receberia com um abraço forte e cheio de saudade todos os dias quando ele voltasse do trabalho, lhe cantaria todo o meu amor ao ouvido até que ele cochilasse, lhe repetiria todos os dias como ele é grande pra mim, eu cozinharia pra ele os pratos mais suculentos, e lhe daria 6 filhos. Eu iria até o fim do mundo com ele, e eu enfrentaria tudo, eu lhe daria minha vida... eu me casaria com ele.
E eu não prometo que o faria “feliz pra sempre”, mas na monotonia dos dias iguais, eu o faria feliz a cada dia.
Eu viraria princesa pra sempre e faria do meu amor, inesgotável.
Ass: Uma princesa."
Thábata.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Caçadora de felicidade




A minha vida toda eu fui uma aplicada estudante que sempre cumpriu com seus deveres e obrigações escolares. Na faculdade não era muito diferente, apesar de estar um pouco acomodada, minhas notas e conceitos excelentes sempre foram a minha maior preocupação. O que eu queria era ser a melhor em tudo, a melhor advogada, a melhor professora, a melhor pedagoga, Thábata a melhor!
Pobre de mim!(risos) Como eu pude pretender tanto?
Hoje em virtude de uma infinidade de mudanças que vivo estou obrigada a assumir minha completa tolice. Ôh menina tola que não se contenta com nada! Acorda pra vida, que o mundo não é a sua caixinha de música com a sua bailarina dançando conforme a música. Não. Felizmente o mundo não anda no ritmo que damos a ele. A nossa vida salta das nossas mãos, em certos momentos ela nos escapa como o sabão na banheira. Ainda não conheço (ou se conheço minha péssima memória não me permite lembrar) nenhum desafortunado para quem as coisas tenha sido exatamente da maneira que este as planejou.
Nem mesmo Jesus, que é o maior de todos em tudo, incomparável em ações e palavras, nem ele mesmo quis mundos e fundos para si, se tivesse desejado isto ele não teria morrido numa cruz por um bando de pecadores ingratos. E o que seria da humanidade se ele tivesse pretendido ser o melhor em tudo? E como somos abençoados por ele ter desejado ser apenas a simplicidade que salta aos olhos.
Até mesmo os nossos ídolos, aqueles a quem não agregamos nenhum defeito, pessoas que para nós foram absolutamente bem sucedidas em tudo, nem mesmo estes escapam. Sinto derrubar a lenda, mas famosos não são realizados em tudo que pretendem, grandes cientistas não alcançam todos os projetos que arquitetam, e ninguém têm a vida como marionete nas mãos. Isto porque a gente nunca se satisfaz com ela, a medida de encher nunca enche e estamos sempre querendo mais e exigindo sempre muito dessa vida que se resigna a nos ceder apenas alguns milhares de momento de felicidade. Será que isso é tão pouco?!
Bem, pra mim não é mais. Felicidade é o que eu quero. Não aquela que todo mundo quer: muito dinheiro, saúde, prestígio, sucesso...Não quero mais sonhar que alcançando tudo isso eu estarei completa, não quero que minha atenção seja despertada unicamente por isso. Eu posso ficar sem dinheiro, vai ser muito ruim, eu imagino, mas posso ficar sem, principalmente se tiver alguém pra brincar comigo de fazer animais sobre as sombras da vela quando a minha luz for cortada por falta de pagamento; posso ficar sem saúde, seguramente não é o que eu mais desejo, mas posso ficar sem, principalmente se eu tiver alguém que me leve flores no leito, ah! Tulipas, as mais coloridas, e que me conte como está chovendo lá fora e abra a janela pra compartilhar comigo cada pingo, e sem contar que eu adoraria ver como é o céu se a morte me levar; posso ficar sem prestígio, se tiver o mais incomum dos seres me olhando docemente e me chamando de linda; posso ficar sem sucesso, poxa isso realmente seria triste, mas passo sem, principalmente se tiver uma criança como meu Amadeu erguendo os bracinhos e querendo nada mais do que o meu abraço, nossa que felicidade! O que eu descrevi até aqui foram momentos. Momentos que nenhuma vida cheia de sucesso, de saúde e de dinheiro pode comprar. Momentos que não precisam de muito pra se tornarem eternos. Eu quero conseguir estar alegre mesmo quando as coisas fugirem do meu controle, e acreditar que de alguma maneira eu posso viver bem.
Pequenos e freqüentes momentos de felicidade, é isso que eu pretendo pra minha vida a partir de então. E eu serei uma exímia caçadora deles, para que eles sejam abundantes pra mim.
Thábata.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

A fogueira da vida.



Ultimamente tenho me deparado com algumas situações. Nem todas essas situações estão se passando comigo, a maioria são mais fruto da minha observação do que de experiências pessoalmente vividas, mas eu acredito que somos capazes de aprender bastante só em olhar a conseqüência do prejudicial.
Eu não ouso duvidar da dor de quem ao sentir o calor de uma faísca de fogo, libera um grito que mistura susto e dor. Sim, eu acredito que dói, logo, fico afastada da fogueira o máximo que posso para evitar que as faíscas me atinjam, mas não me distancio em demasiado para que o frio não me esfrie o coração. A fogueira é exatamente essas situações complicadas que por vezes somos obrigados a conhecer, por nós ou pelos outros. Elas são indiscutivelmente necessárias para que estejamos aquecidos, vivos, problemas, sejam qual forem, são características dos seres que respiram. Mas cabe a nós ter a menor gota de sanidade para saber discernir o quanto podemos ficar perto da fogueira sem que as faíscas nos alcancem a pele.
Pode parecer, à vista dos corajosos inveterados, uma posição um tanto covarde de minha parte:
“Fugir das faíscas para não sentir dor quando é melhor enfrentá-las e aprender com as marcas que elas nos deixam? Não fujo!”.
Bem, mas antes que eu seja apedrejada pelos leitores corajosos que me dão a honra de sua atenção, com toda humildade que eu sou capaz de transmitir lhes digo, julgo-me inteligente o bastante para aprender só em observar a dor alheia, porque a sensibilidade que carrego me faz capaz de poder saber ao menos um pouco do sofrimento do outro com meus sentidos, e mais do que isso, me faz perceber o que é ruim pra mim. Não quero e nem preciso sempre ter que sentir na pele pra aprender. Quero acreditar que inevitavelmente serei atingida por faíscas, mas isso não é motivo para que eu me atire na fogueira atrás de sabedoria. Quando o outro puder através de suas expressões ser capaz de me fazer sentir sua dor, eu saberei que tenho que tomar cuidado.
Não pretendo ser uma colecionadora de cicatrizes, quero minha pele limpa. No caso da dor ser inevitável, quem sabe uma faísca perdida no escuro da noite, que venha, não poderei fugir, mas enquanto houverem métodos de me precaver dela, admito, eu os usarei a todos.
Não estou querendo dizer que a dor me apavora, que diante dela eu não posso, até acho que ela é absolutamente necessária, afinal como me manter aquecida se não estiver perto da fogueira de onde a cada segundo pulam milhares de faíscas? No entanto não é por isso que vou me atirar na fogueira pra demonstrar toda a minha coragem e altivez.
Estou sentindo, estou sofrendo?! Vou fazer o que tiver de ser feito para melhorar, ou simplesmente viver a minha realidade nua e crua. Mas posso evitar?! Pode ter certeza que o farei.
Então vem aqueles que dizem que cada situação é diferente da outra, o que acontece com o outro pode não acontecer comigo e vice-e-versa, portanto, como me basear em experiências alheias? Permitam-me esclarecer-lhes a todos. Isto aqui nada mais é que um pensamento, não uma receita de bolo num papel timbrado sem nenhuma vida, daquelas que se deve seguir a risca para alcançar êxito ao fim. Este pensamento não será aplicado de maneira positivista, mas sim de acordo com as situações a qual ele pretender ser aplicado.
Realmente não raras vezes momentos vividos por outrem não se encaixem no nosso presente vivido, mas Deus não nos concedeu inteligência só pra conhecermos que 2+2 são 4 e que a composição da água é H2O. Ele nos concedeu para que pudéssemos usá-la a nosso favor no cotidiano de uma vida que é impossível de ser vivida isoladamente.
Quero olhar a tudo e perceber a todos, quero tirar pra mim as coisas boas da experiência do meu amigo, e afastar de mim a sua atitude quando eu ver que ela é de conseqüências trágicas.
Para viver com meus problemas e sofrer com eles, mas resolvê-los de uma maneira menos dolorosa pra mim. Quero aprender e apreender o melhor das situações e das pessoas, quero espremer a dor e tirar o melhor dela para que ela não se dissemine na minha alma, mas para que ela traga consigo uma lição que eu usarei no decorrer da minha vida.
Quero espírito feliz, e uma alma saudável.
E quero conseguir estar feliz a maior parte do tempo, e não tenho a pretenção de querer ser feliz pra sempre!
Se evitar a dor e querer o melhor do fogo forem sinônimos de covardia, desculpem-me.
Terei que me assumir covarde!
Thábata.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Genesis 15 - 2


"Entäo disse Abräo: Senhor DEUS, que me hás de dar, pois ando sem filhos, e o mordomo da minha casa é o damasceno Eliézer? Disse mais Abräo: Eis que näo me tens dado filhos, e eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro. E eis que veio a palavra do SENHOR a ele dizendo: Este näo será o teu herdeiro; mas aquele que de tuas entranhas sair, este será o teu herdeiro. Entäo o levou fora, e disse: Olha agora para os céus, e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua descendência. E creu ele no SENHOR, e imputou-lhe isto por justiça.” – Gênesis 15 – 2.

Lendo esse trecho fui surpreendida por algo que despertou a minha atenção. Nos capítulos anteriores que falam de Abraão, podemos conhecer que Deus já havia feito-lhe várias promessas, muitas delas já vinham se cumprindo, outras já haviam se cumprido, e esta ainda estava por cumprir-se. Deus ainda não tinha dado um filho a Abraão. Filhos na época de Abraão talvez fosse a coisa mais importante que um homem poderia possuir, pois era muito triste e motivo de escárnio entre a sociedade quando a descendência de um homem não encontrava continuidade em um filho. Abraão já tinha testemunhado do amor de Deus para com ele, já havia sentido o cuidado que o Senhor lhe tinha, já tinha recebido as mais variadas bênçãos, mas a maior, aquela que era o desejo do seu coração ele ainda não havia alcançado, não tinha filhos.
Talvez o grande desejo não alcançado de Abraão fosse o motivo para que ele desse espaço para a ansiedade e a dúvida. Ele queria muito um filho e não via a hora dessa promessa se cumprir, mas será que ela iria se cumprir? Com certeza Abraão questionava isso em seu coração, mesmo depois de perceber o quanto Deus lhe amava e o quanto era fiel com ele, ainda assim Abraão tomado pela impaciência e sobrecarregado do sonho, duvidou de que enfim chegaria o dia em que ele veria sua descendência continuar em um filho.
Isso acontece também conosco. Deus é o mesmo ontem e hoje, e assim como se manifestou no passado, Ele se manifesta hoje, assim como operava milagres entre o seu povo antes assim o faz também hoje, e assim como no tempo da Igreja Primitiva Ele continua fiel àqueles que o amam e que querem seguir seus passos, e cumprindo as promessas que ele faz. No entanto ainda assim muitas vezes as situações fazem nosso espírito se cansar de sofrer, de cair, de esperar. São tantas as tribulações, as pedras atiradas sobre nós, que a sensação de que não existe mais solução nos toma e ofusca a tão falado luz no fim do túnel, e nos tornamos cegos projetados pela escuridão de um tempo que teima em não melhorar. É nessa hora que a nossa natureza entra na fila e toma a vez, a nossa humanidade nos faz duvidar do sublime, a nossa mente já fraca não é capaz de levantar os olhos e enxergar as maravilhas do nosso Deus.
Mas o Deus ao qual louvamos é tão maravilhoso e grande em misericórdia, que quando Abraão perguntou como Ele faria para que a sua descendência fosse grande, Ele, que conhece as nossas falhas, as nossas angústias, as nossas limitações, se encheu de amor e respondeu a Abraão que o que Ele tinha reservado não era um servo para ser seu herdeiro, Ele iria fazer além do que Abraão podia pensar, ele ia fazer brotar do útero infértil de Sara o filho tão sonhado, Ele iria mudar a natureza das coisas pra ver a felicidade o seu servo, Ele seria capaz de tudo pra cumprir a sua promessa. Com certeza a descendência de Abraão seria enorme. O Senhor consolou seu servo, falou com carinho e lhe mostrou a maravilha do milagre que se realizaria em sua vida.
Abraão continuou então a crer em tudo quanto Deus havia lhe dito, e de coração acalantado pelo amor do Senhor, ele descasou e seguiu obedecendo-o.
A vida nunca será fácil conosco, os problemas são a marca registrada de quem respira. Por maiores que eles sejam, nós sabemos lhe dar com eles pra que eles não nos destruam. A nossa força está naquEle que é a nossa rocha forte, aquEle que é o nosso esteio, o nosso consolador. Ele não falha em suas promessas, o seu amor é imenso. Pensar que o Senhor entra com providencia e com consolo para com os seus servos deve ser a força motriz que nos leve cada a crer no seu poder e na sua graça. O Senhor Deus não nos abandona nunca, nem no mais escuro do nosso desespero. O seu espírito consolador nos conforta e seu cuidado nos cerca a qualquer tempo.
Por tudo isso, e por muito mais, eu tenho crido nesse Deus tão lindo, que é o motivo do meu viver feliz.
Amém!
Thábata.