sexta-feira, 28 de março de 2008

A minha palavra.



Eu não escrevo com palavras difíceis.
Não.
Me recuso a desfilar o meu recheado vocabulárioo para os seletos leitores que aplaudem Nietzsche e leêm Kafka.
Mas não se trata de desapego à língua culta nem crítica à sua boa forma... eu a aprecio, mas quero me fazer entender a quem estiver interessado nas minhas deduções pouco sãs, e acrescer ao mundo mais um grão de pensamento.
Quero o vocabulário simples, que me permita alcançar o entendimento imediato de quem tenta através das minhas palavras, me ler.
E eu celebro a linguagem popular com seus sotaques, e me empanturro com a sua gordura.
Para que assim, tomando para mim a palavra do menino aventureiro, eu me faça mais clara e possa parar de gritar em meio ao requinte dos meus textos, cada um dos meus sonhos.
E então eu hei de revelar-me em apenas um sussurro.
Thábata.

domingo, 23 de março de 2008

Páscoa.

“...porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens.” – Tito 2:11

Neste mundo contemporâneo, onde a vida nos empurra a correr cada vez mais rápido e continuamente, onde a preocupação é ser mais forte para poder sobreviver nesta imensa cadeia a qual estamos inseridos, onde o amor se resume aos práticos beijos de novela...nesta época, onde parecemos mais montanhas congeladas do que coração de carne, é difícil atentarmos para o sentido desta data comemorativa, quiçá vivê-lo.
No tempo da igreja primitiva, a Páscoa significava a saída do povo de Deus do Egito, quando Deus feriu toda a terra egípcia e determinou que faraó liberta-se seu povo. Ele, o próprio Deus, quis e ordenou que essa data fosse lembrada pelos seus... Decorridos anos após esta ocasião, Deus percebeu que a Terra, a qual ele tinha criado com tanta satisfação, estava corrompida pelas atrocidades oriundas do pecado que dominava a mais perfeita obra de sua criação: o homem. O mundo estava encoberto pelo pecado do povo e Deus não via nele pessoa alguma que fosse digna, não existia ninguém que vivesse o verdadeiro amor, ninguém seria capaz de morrer nem ao menos por alguém por quem tinha apreço, imagine por pessoas desconhecidas, ou mesmo inimigas. Definitivamente, não existia em nenhuma face dessa Terra um amor tão arrebatador.
Então o Senhor Deus, com seu infinito amor e sua misericórdia, desenhou para este mundo sujo e ingrato um plano de salvação, um plano ousado, mas muito penoso para ele. Ele daria Jesus, o seu único e amado filho, para morrer pelo pecado dos homens e assim livrá-los da condenação, e lhes dar a oportunidade de libertação.
A vida de Jesus era o único sacrifício válido para lavar o homem de seus pecados, porque ele era o cordeiro vivo e santo, digno de honra e de glória, o magestoso filho de Deus. Mas Jesus não se fez homem unicamente para morrer humilhado numa cruz. Com seu falar ele veio reordenar o mundo, suas palavras fizeram reviver o sentimento que havia dentro de cada coração humano, o amor que é a marca de Deus em nós.
E Jesus tratou a todos, com um cuidado que de quem trata uma ferida aberta. Ele os reeducou, ensinando valores que até então estavam perdidos, como justiça, solidariedade, humanidade, bondade, força e fé. Ele veio fazer o impossível existir, e mostrar que valia a pena seguir o amor, que a recompensa para a bondade não é só após a morte, que se vive uma vida feliz e prazerosa sem que para isso seja preciso se lambuzar com as concupiscências da carne. Dessa maneira, Jesus plantou na terra seca, uma semente que prometia dar muitos frutos, e a regou com cada gota de seu sangue... Deus com a dor de um pai que entrega o único filho à morte, o fez para que todos nós pudéssemos ter a chance de nos redimirmos dos nossos pecados, nos arrepender, e então alcançar a salvação. E este sacrifício terá sido em vão?
Particularmente não acredito que sejam muitos aqueles que atentam para tamanha entrega. Principalmente de acordo com a maneira que vivemos atualmente, as pessoas se esqueceram de Deus. É muito mais prático dizer “Eu tenho Deus no meu coração e o sirvo dentro de mim!Não preciso de mais nada!”. É muito mais fácil mesmo esconder Deus dentro de si. Mas apesar disso, apesar de ser tão difícil revelar Deus em um mundo tão cruel quanto o de nossa época já se tornou, servir a Jesus é algo incomum e sem explicação.
Nesta data, pouquíssimas pessoas se propõe a fazer o que Deus ordenou, relembrar o sacrifício da cruz e seu imenso amor por nós. Claro! Comer ovos de Páscoa é bem mais delicioso do que pensar em um homem ensangüentado sofrendo as piores dores do mundo, pior ainda do que isso é pensar que ele morreu assim POR SUA CULPA! Ninguém quer esse sentimento pairando sobre a cabeça.
Mas não precisamos carregar esta culpa, isto Jesus já fez por nós. Nossas culpas, nossos temores, nossas ansiedades, nossos problemas, nossas doenças, tudo ele levou sobre a cruz. O que devemos pensar é que todo o sacrifício teve um objetivo, provar o maior amor do mundo, o amor de Deus, provar que existe este amor, aquele que é capaz de dar sua vida por quem nunca foi merecedor, provar que um homem pode sim amar o seu próximo se propuser a isso, provar que somos sim capazes de amar a Deus e a sua obra. Que servir a Jesus é mais do que uma obrigação é um ato de infinita gratidão por tudo o que ele nos ensinou e fez.
Dessa maneira eu penso que o sacrifício foi válido.
Quantas vezes pecamos em pequenas coisas que pra nós não significam nada. Às vezes detestamos a atitude de alguém e assim passamos a detestá-la também. Pecamos. Ou quando num ato involuntário contribuímos para que alguém sofra, isto direta ou indiretamente. Pecamos. E quando somos embevecidos pelo nosso próprio egoísmo e tomamos cada uma de nossas decisões preocupados com o nosso próprio interesse e desprezando totalmente o do outro. Pecamos. Quando machucamos um inimigo, um amigo, os pais, os irmão, ou quando profanamos o santuário de Deus que é o nosso corpo. Pecamos. Quando desprezamos a Deus e os seus feitos. Pecamos. Entre outros.
Jesus morreu, mas ao terceiro dia ressuscitou, venceu a morte e redimiu o seu povo. E "pelas suas feridas fomos sarados e feitos novas criaturas." Ele reVIVEU para nos acompanhar até o fim dos tempos...pois ele é real! E ele está conosco, nos aparando, nos consolando e nos perdoando. Ele nos tratou como pérolas sagradas quando não pássavamos de trapos de imundíce. Ele nos ama com todas as nossas imperfeições, pois é o grande oleiro que sempre pode dar boa forma ao barro....e com a sua vida, ele a cada dia transforma a nossa!
Pra nós seres humanos, carne fraca e tendente ao mal, pecar é muito fácil. Mas por Cristo que nos deu salvação, mediante um sacrifício tão penoso somos redimidos e libertos deste mal, se simplesmente confessarmos e nos arrependermos.
Quanto a mim, ainda tenho muito o que aprender. Porém Jesus, eu te quero como meu professor sempre, eu quero aprender de ti que é santo e justo, eu quero desfrutar deste amor que tu viestes nos apresentar. Eu quero ser tratada e permitir que o teu espírito habite em mim. Eu quero viver e lembrar-me do teu sacrifício, Senhor, sempre que a minha humana forma tender a pecar. Eu quero viver pra te adorar, Senhor, e te servir. Eu quero saber servir aos outros, meu Deus, a todos e não só aos que me amam. Eu quero aprender a amar a quem não me ama, e a me importar sinceramente com aquele que me maldiz...ainda temos várias lições para aprender, o caminho até este valioso aprendizado é longo, mas a força de vontade em conhecer Jesus e reconhecer a sua morte na cruz, é o início de uma tragetória que promete não ser fácil, mas que no entanto será encoberta pela grandiosa graça de Deus, que é o nosso consolo e a nossa força.
Que Deus derrame a sua graça sobre nós...
Tenham todos uma Feliz Páscoa!


Thábata.