sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

On my Knees


"Existem dias
Em que sinto
Que o melhor de mim
Está pronto para começar
Depois, vêm dias
Quando sinto
Que estou me deixando levar pelo vento
Por isso aprendi a sobreviver
No riso e na dor.

Eu me ponho de joelhos - bis
Ali estou eu diante do Amor
Que me transforma
Olha, eu não sei como,
Mas há poder
Quando estou de joelhos.
Posso estar no meio da multidão
Ou sozinho em qualquer lugar
Quando eu sinto que há necessidade
De conversar com Deus - Ele é o Emanuel
Quando fecho meus olhos
Não há escuridão
Só existe luz.

Eu me ponho de joelhos - bis
Ali estou eu diante do Amor
Que me transforma
Olha, eu não sei como
Mas há poder
No azul do céu
À meia-noite
Quando estou de joelhos."



Jaci Velasquez - On my Knees

Tradução: João Cruzué

Minha chuva particular.


Eu tenho um marido muito precioso. Que maravilha de Deus que na sua infinita misericórdia me presenteou com esta pessoa carinhosa, amável, tão querida e cuidadosa comigo. Eu dou graças a Deus todos os benditos dias em que acordo com ele me abraçando e me cheirando o cangote de manhã... Por ser tão zeloso comigo e com o meu bem estar, todos os dias ele questiona como está o meu coração e como ele está lidando com essa terrível distância de meio mundo que me separa da outra parte de mim, que é a minha família. Quase sempre ele não acredita na minha resposta. Eu sempre digo, "estou bem, querido! Não há com que se preocupar." Ele nunca se conforma com isso, diz que sente que eu não estou bem e sofre por eu não abrir com ele.
Ele realmente não acredita em mim. Quando eu digo que estou bem eu realmente estou, é porque o meu sofrimento, a minha angustia e a minha dor eu já entreguei nas mãos de Deus e em troca disso tudo ele me deu alegria, paz, o seu santo espírito consolador, a certeza de que nunca estou sozinha, a esperança de uma vida eterna com Ele e um amor tão grande que eu nem sou capaz de tentar explicar. Ai de mim se não fosse o amor e a misericórdia de Deus na minha vida...ai de mim! Talvez eu já nem estivesse mais dando o ar de minha graça aqui neste meu pequeno espaço virtual. Mas Deus me resgatou do mundo de pecado e ele não me tiraria de lá pra me jogar em qualquer outro lugar de sofrimento similar, Ele me redimiu para que eu fosse LIVRE, me salvou para que a esperança da vida eterna seja o motivo de um lindo sorriso de orelha a orelha estampado no meu rosto, me chamou para que eu seja feliz e para que eu mostre ao mundo com a minha vida, como Ele é maravilhoso para aqueles que o amam.
Eu tenho que confessar aos meus queridos leitores que algumas vezes eu me entristeço sim, claro. E mesmo estando longe da minha família, da minha mãezinha querida, em um país tão distante e tão diferente, mesmo assim eu não consigo achar normal ficar triste, mesmo quando todo mundo diz "Ah pode ficar triste, pode chorar, é normal!". Eu posso estar sendo extremista, mas não acho normal. Não sei, mas essa inconformidade com a tristeza têm me feito um bem danado. Ela nunca consegue tomar conta de mim. Sempre que eu começo a me sentir mal, que o meu coração vai se amargurando e eu sinto que vou perder o controle, Deus entra em cena com seu cuidado e me trata. Que maravilha ser tratada por Deus! É como se eu estivesse em um deserto e no meio do nada uma nuvem derrama uma chuva gelada e fresca bem em cima de mim. Nessa hora eu fico em extâse, choro, danço, canto na presença do Senhor sozinha pela minha casa e isso me faz renascer a cada dia.
Hoje aconteceu algo assim, meu marido levantou, tomou café, se arrumou e voltou à nossa cama pra me dar meu cheirinho de despedida de todas as manhãs. Quando ele fechou a porta e eu me vi sozinha em casa, o meu coração foi se apertando. Levantei da cama já murchinha querendo desfanecer e fui ler meu devocional, mas confesso que já nem estava ligando muito, fui ler pra não fugir à minha rotina. Quando abro a mensagem Deus fala diretamente comigo no texto de Isaías 41-13 "Porque eu, o SENHOR, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo." Que linda palavra do Senhor! Foi refrigério para o meu coração. Então me animei e me pus a fazer o que tinha que fazer e cada fez que queria começar a questionar Deus do porque de tanta saudade, de tanta distancia, enfim, o porque de tantas coisas que eu não entendo, ele derramava uma chuva gelada e fresca sobre mim, "Porque eu, o SENHOR, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo." Ai Senhor, dói Jesus, a saudade dói, a distância dói, eu quero cumprir até o fim o que preparaste pra mim, eu sei que tudo tem um propósito que Tu designastes, e eu quero cumpri-lo até o fim, mas será que eu consigo?: "Porque eu, o SENHOR, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo."
Resposta de Deus. Que Deus maravilhoso que nos cuida quando mais precisamos. Então amados, eu fico feliz apartir de então, esqueço tudo que possa me afligir, afligir a minha alma, e penso só em Jesus e em como o seu amor tem me renovado à cada dia. Daí pra frente é o dia todo cantando sua beleza, sua força e seu amor. E desse jeito eu estou aqui firme e forte na minha rocha que é Jesus, confiante num futuro glorioso que ele tem reservado pra nós.
Eu queria dividir essa palavra com meus leitores queridos, em especial com meu paizinho querido que eu sinto tanta falta e meu sogro amado, os dois que leêm sempre tudo o que eu escrevo.

Então eu deixo esta palavra para que ela seja como chuva fresca na terra seca que pode estar o seu coração neste momento:

"Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eusou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com aminha destra fiel.(...)
Porque eu, o SENHOR, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e tedigo: Não temas, que eu te ajudo." - Isaias 41: 1o , 13

Fiquem todos com Jesus!


Thábata Reis

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Gratidão


Hoje eu vim aqui falar sobre gratidão. Não sobre o que é gratidão, sobre a minha gratidão, a minha gratidão a Deus.
É comum nós querermos reclamar das coisas mesmo quando elas não são tão ruins. Nós somos tão incorfomados com o que temos e com a maneira como vivemos que mesmo quando as coisas parecem estar bem, quando não há tantos motivos pra se preocupar com tudo, ainda assim nós murmuramos. Murmuramos contra a vida, nos lamentamos por isso e por aquilo, quando na verdade temos tudo o que é preciso ter para ser feliz.
Se mesmo quando realmente temos problemas, as reclamações e murmurações não servem de nada, imagine quando os problemas não são comuns e tudo está sob controle? Aí mesmo é que são totalmente desnecessárias. Mas não importam quão inútil sejam as reclamações, não importa que sejam sem motivo ou com motivo, nós adoramos reclamar.
Digo isso, mas apesar de reclamar muitas vezes de muitas coisas, eu detesto reclamões. Destesto pessoas o tempo todo reclamando de tudo, principalmente de coisas nada triviais. Detesto ter que ouvir lamúrias falsas, que não teem motivos pra existir. "Ai, a minha vida é tão triste. Eu não tenho um bom emprego, só trabalho num escritóriozinho meia-boca e ganho só 4mil reais por mês!", "Nossa, eu a meu apartamento é tão pequeno, tem só dois quartos, é tão apertado!", sabe esse tipo de coisa? Me irritaaaaaaaaa. Dá até pra pensar que eu estou mentindo, mas é só desse tipo de murmurador que me aparece. Ai meus nervos, acalmem-se! Eu não gosto disso.
Por isso as vezes em que eu quero começar a me sentir mal e mesmo que seja só dentro de mim, começo a querer murmurar das coisas, lamentar pela minha vida, por estar longe da minha família, dos meus amigos, eu começo a me xingar: "Estúpida, pára com isso!" rs (eu realmente me xingo disso!)
Não vou mentir que eu não me sinto insatisfeita algumas vezes, são poucas as vezes que me sinto assim, mas de vez em quando bate aquela coisa de começar a me sentir mal e ir murchando murchando até chegar alguém e perguntar qual o motivo do meu sossego e eu bláááá, despejar tudo em cima da pessoa. Não é comum acontecer comigo, mas acontece. E quase sempre despejo tudo no meu marido. rs
Mas hoje eu saí da minha aula de japonês muito feliz porque entendi tudo o que a professora ensinou e porque vamos entrar de "Spring Vacation". Então quando tava indo pra estação, parei pra sentar no McDonalds e tomar um café pra ver se amenizava um pouco o frio, abri o meu livro de japonês e comecei a estudar enquanto tomava meu café. Acabei ficando lá a tarde toda e quando saí, a noite já tinha chegado. Arrumei meus livros, vesti meu casaco e me pus a corre pra casa, pois àquela hora meu marido já estaria preocupado sem saber meu paradeiro, já que meu celular tinha ficado sem bateria e ele não podia me localizar onde eu estava. Saí correndo em direção a estação, mas tive que interromper a corrida porque o sinal estava fechado pra mim. Nessa hora eu parei no canto da rua e comecei a observar tudo. Levantei meu rosto bem alto pra ver se enxergava o alto dos arranha-céus de Tokyo, que naquela hora estavam todos iluminados dando uma cor diferente a rua. Tudo ao meu redor é colorido, tudo brilha. As pessoas que passam por mim são tão diferentes daquelas que vivem lá de onde eu vim e tudo nelas me chama a atenção. Nessa hora parada no sinal vermelho, eu levantei minha cabeça pro céu e comecei a agradecer a Deus, o centro do mundo era ali onde eu estava. E quantas vezes na minha vida eu pensei que sairia lá de Belém, lá do Pará, pra vir parar logo aqui, do oooutro lado do mundo, onde as coisas parecem estar todas de cabeça pra baixo, igual aos meus pés? Eu estou aqui em Tokyo, e algumas vezes dentro de mim eu pensei, "Eu não queria estar aqui, queria estar no meu país, falando a minha língua, trabalhando no que eu sei fazer, vivendo no meu mundinho. Ah eu não queria sair do meu mundinho!". Mas naquela hora em que eu parei no sinal foi como se Deus tivesse me beliscado e dito bem no meu ouvido, "Olha só o mundo pro qual eu te trouxe, não é o seu mundinho, é outro muito diferente, mas eu quis que você viesse aqui conhecer este mundo."
Nessa hora eu me lembrei do meu marido me esperando em casa, preocupado comigo, pensei que eu ia pegar um trem correndo e já já estaria em casa pra vê-lo e lhe dar um abraço bom, porque o meu marido está comigo neste mundo diferente e não, eu não estou sozinha aqui, aqui eu tenho o meu marido que é a minha família. Como eu quis ter o meu marido assim pertinho...
Pensei também em tudo que eu vivo aqui, pensei nos amigos que eu já fiz, nas experiências únicas que já vivi, nas oportunidades que eu tenho, pensei nas minhas aulas de japonês, das conversas em inglês com as minhas colegas de classe, pensei em tudo que eu nunca pensei fazer que hoje faço e nas coisas que nunca imaginei ter e hoje eu tenho. Olhei pro céu e ao mesmo tempo em que eu olhava pra cima agradecendo a Deus uma lágrima caiu pelo meu rosto.
Eu vi como eu sou feliz. Feliz com o meu marido que é muito mais que um marido, é uma amigo e companheiro, que me dá muito carinho, atenção, zela e cuida de mim todo o tempo e acima de tudo me ama em palavras e atitudes. Quantas mulheres, mesmo em início de casamento não tem um marido assim? Feliz com a minha vida, com as minhas atividades e ocupações. Feliz pelos amigos e pelas experiências que vivi aqui. Feliz por ter tido esta oportunidade de estar aqui e saber que eu vou ser muito mais madura, e que tudo de bom que eu estou vivendo vai me fazer crescer e ser melhor em todos os sentido. Feliz por ter uma família que me ama tanto a ponto de não me esquecer nenhum instante, mesmo quando eu estou a tantos quilometros de distancia. Feliz por ser amada por um Deus misericordioso e amoroso que dá àqueles que o amam muito mais do que eles possam pedir ou pensar... Nesta hora eu pensei que eu não tenho motivo nenhum pra reclamar de nada e ratifiquei na minha cabeça a idéia de que mesmo quando alguma coisa sair do meu controle, eu não quero murmurar, eu quero continuar sendo feliz, desse jeitinho que eu sou agora. E que na minha boca tenha sempre um cântico de louvor a Deus pelas maravilhas que ele tem operado na minha vida.
"Porque grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres."