segunda-feira, 21 de abril de 2008

a minha falta de sono.


Hoje eu vi um fato interessante que me fez atentar para algo que a minha mente, sempre em meio a uma constância de atividades, ainda não havia parado pra perceber.
Depois de uma noite longa, levantei-me cansada, mesmo tendo dormido bem mais que o habitual. Já passava de uma hora da tarde quando resolvi acordar e ainda não me sentia renovada da estafa que me causara a noite anterior, então me dirigi à cozinha, belisquei alguma coisa e voltei pra cama.
Quando despertei duas horas depois veio o susto. Como de costume eu já estava atrasada para um compromisso importante e inadiável, e então me pus a correr. Voa pro banho, escolhe a primeira roupa no armário, pega sapato, bolsa, chaves, documentos, papel, caneta, corre para o ponto de ônibus, e a essas alturas eu já tinha menos de quinze minutos pra chegar ao meu destino.
Quando finalmente apanhei o ônibus, fui em direção a última cadeira, e sentei aliviada: pelo menos eu já estava à caminho. Nessa hora então eu descansei no assento e comecei a prestar atenção nas coisas e nas pessoas dentro do ônibus, coisa que eu não costumo fazer com freqüência. Foi quando eu vi um rapaz se levantando, ele já ia descer, era jovem e de boa aparência. Então ele se inclinou, e eu imaginei que fosse pra pegar uma bolsa, quando dei conta ele levantou em seus braços um menino, de mais ou menos uns três anos, que estava dormindo. Ele carregou a criança com certa cautela, mas meio sem cuidado com o sono do menino. Segurou o braço, estendeu o menino e quase o deixou erguido sobre o assento enquanto se apoiava pra não se desequilibrar, e ainda assim o menino não acordou.
Eu fiquei como expectadora, esperando a hora em que o menino iria acordar do seu sono que parecia tão gostoso. O pai o passava de um ombro para o outro e nada, o garoto não acordava, e seu semblante não denunciava nenhum indício de que ele iria despertar.
Nesse momento me lembrei das inúmeras vezes em que eu dormia no sofá e acordava na minha cama, ou então quando dormia na cama da minha avó e acordava na cama da minha mãe, sem nem ao menos me dar conta de como eu havia ido parar ali. “Sono pesadíssimo”, lembro de quando meu pai usava essa expressão pra definir a maneira como eu dormia, em um sono quase que profundo que infelizmente se afastou de mim.
Quando eu vi o pequeno garoto dormindo profundamente no colo do pai, fiquei saudosa da época em que eu realmente descansava ao fechar os olhos. Uma época em que eu não permitia que nada atrapalhasse esse momento, eu nem me permitia perceber quem, consciente ou inconscientemente tentava fazê-lo. E hoje, nem em meio a mais total tranqüilidade e silêncio, eu consigo dormir bem. Nem ao menos sou capaz de dormir sem ser acordada de madrugada por um nada que eu não sei o que é.
Deve ser um fantasma, que ao invés de cutucar o meu pé, cutuca a minha cabeça, e me impede de seguir ininterruptamente a minha noite. O tal desejado sono de beleza..há! Se eu fosse depender dele estava pior que a bruxa da Branca de Neve depois da metamorfose. Mas por mais que mesmo sem dormir eu não esteja de todo aparentemente ruim (modéstia à parte) a minha cabeça parece uma gruta de calcário cheia de infiltrações naturais de onde gotejam águas, elas não param de cair. E assim, como não consigo descansar minha cabeça, não consigo dormir, eu sinto que a minha cabeça não pára, o meu pensamento não descansa. É como se ele estivesse o tempo todo atento, acordado, em alerta. Ao menor zumbido de um mosquito, lá estou eu me espantando na madrugada.
O motivo?! Eu sinceramente desconheço. Realmente não me considero alguém necessitado de terapia ou algum tipo de acompanhamento psicológico (mesmo sabendo que os que mais precisam nunca admitem). Eu não tenho uma vida perfeita, com tudo certinho no seu lugar e com as minhas vontades todas feitas na hora em que eu desejo, de fato isto não acontece, mas neste caso, não sou só eu que vive assim. No mais eu sou uma pessoa sem maiores problemas, com uma saúde relativamente boa, com um marido atencioso, carinhoso, com pais vivos e saudáveis, com irmão com quem me dou bem, uma família harmônica em todos os sentidos, ou seja, claro que enfrento como todo mundo as lidas do dia-a-dia, mas nada fora do comum.
Então como explicar esse distúrbio do sono?! Eu não sei. Só sei que por uma noite eu queria sentir que os meus pensamento estão ordenados, todos ali, quietinhos como eu uma sala de aula em que o professor finalmente conseguiu pôr ordem...pensamentos em ordem, sono tranqüilo, coisa que já tive, mas já não tenho a algum tempo. Só posso torcer para poder recuperar o sono perdido, e receio que vá conseguir.
Dormir simplesmente. Sempre que eu estiver cansada e precisar. Dormir de verdade, só pela vontade, em qualquer lugar. Sem medo que um vento mais forte consiga me acordar. Coisa mais boba de se querer, mas eu queria.
Dormir seguro no colo de alguém, como um menino, e não acordar até estar totalmente descansado, e finalmente ouvir a insônia bater a porta em direção à saída da minha vida.
Thábata.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

à ele.

"Eu sonho com ele todas as vezes em que o céu escurece.Penso nele quando acordo, quando estou escovando o dente,quando tô tomando banho,quando tô tomando café,quando eu tô indo trabalhar,quando eu tô trabalhando,quando eu tô assistindo aula,quando eu tô indo pro inglês,quando eu tô voltando pra casa no ônibus,quando eu tô tomando banho pra dormir,quando eu me deito,quando eu fecho meus olhos, quando eu não penso.Não existe mais 'EU',seja lá o que eu pense eu pensarei por ele,não importa onde eu vá,irei até lá por ele.Agora não há mais nada além de 'NÓS'...Se eu respirar eu já tô pensando nele.Conheci o extraordinário quando fui arrebatada para onde só ele conhece o caminho,lugar ao qual me dirijo por um atalho sempre que penso nele.Os meus ouvidos estão tapados para a sinfonia da vida se eu não o tiver agarrado a mim embalando-me nos seus braços em uma dança transcendental que me faz alcançar o inatingível..."


Ao que me faz sonhar, homem da minha vida, príncipe do meu conto...

Thábata.