quinta-feira, 4 de março de 2010

Minha outra vida.



Acho que a primeira e única vez que falei da minha gravidez aqui no blog, foi logo quando eu a descobri. Agora passaram-se muitos meses e eu já estou quase chegando ao fim desse tempo de "geração" da minha outra vida. Sim, porque ela é minha, é outra e é vida, tudo junto desse jeito.
Daqui a pouco eu vou estar com minha preciosa menininha nos meus braços, por isso resolvi vir aqui falar um pouco sobre esse período cheio de ambiguidades que é a gravidez.
Tem gente que diz que gravidez é a coisa mais maravilhosa do universo, que não tem nada melhor e blá blá blá. Não vou julgar quem diz essas coisas, mas sinceramente, não acredito nem um pouco. Pode falar o quanto quiser que gravidez é uma coisa ótima, que a pessoa se sente linda, completa e cheia de vigor, que eu não vou acreditar.
Eu acredito sim, que sempre sentimos que tudo vale a pena quando lembramos o motivo de tantos transtornos que a gravidez causa, mas dizer que é tudo lindo, aí já é demais.
Falando assim dá até pra pensar que a minha gravidez foi cheia de riscos e de problemas, mas não foi. Mesmo assim não deixou de ser complicado, o que é muito normal, porque além de tudo diferente no nosso corpo, somos bombardeadas por hormonios e mudanças que você nunca está totalmente preparada pra encarar.
Tenho que confessar que quando lembro do meu corpinho pré gravidez, bate uma tristeza sem tamanho ehehe Além do medo de nunca mais voltar a ser o que você era, tem sempre o pavor pelas marcas que podem ficar no seu corpo que nunca mais vão sair, como as estrias por exemplo.
Graças a Deus não tive esse problema, mas o medo não deixa de existir.
Cansaço, enjoos, azia, falta de ar, dores, infecção disso e daquilo, inchaços, inseguranças, dúvidas, medos, ansiedade, uma sensibilidade que é um horror de tão forte, não pode isso, não pode aquilo, mil kilos a mais, nada entra e etc; eu diria que desde o início do texto já dei milhões de motivos pra uma pessoa não querer filhos por nada nesse mundo, certo?
Errado. Não vou dizer que ainda quero ter 6 filhos que isso seria mentira. Mas eu toparia tudo isso de novo, mesmo agora que já sei como é ruim, só pra sentir minha bonequinha mexendo toda serelepe dentro de mim.
Não gostei nem um pouco dessa experiência de gravidez, mas se eu pudesse escolher entre gera-la fora ou dentro de mim, eu escolheria gera-la dentro de mim de novo, porque quando ela chuta eu esqueço por um segundo de tudo que me irrita e incomoda nessa gravidez.
Quando eu imagino ela no meu colo eu esqueço dos kilos a mais, da saúde fragilizada, de tudo que eu sou privada de fazer, enfim, tudo vira besteira perto da grandeza de ter ela comigo e de chamá-la de minha.
É uma contradição mesmo, mas acho que é só a primeira dentre a muitas que ainda vou ter nesse meu novo desafio de ser mãe.
Minha filha agora é uma outra vida minha que me motiva a ser melhor e a crescer em todos os meus propósitos e sonhos. Agora é como se só a minha vida não bastasse mais, não existisse, como se tudo dependesse dessa outra vida que não deixa de ser a minha própria.
E quando eu penso nessa vidinha eu esqueço completamente de mim. Isso sim é mágico!
A vida que vive dentro de mim, que depende tanto de mim pra existir, vive sem nem imaginar que talvez eu dependa muito mais dela do que ela de mim, e que vai ser assim até o fim.
Que mesmo sendo tão pequena, tão frágil, já é capaz de me sustentar, porque de agora em diante sou toda movida por esse amor sem tamanho, sem descrição, que sinto pela minha pequena vida.
Meu pequeno diamante agora é a razão da minha vida.
Nunca mais eu vou ser igual, e isso não tem nada haver com meu peso, ou com os meus 59 cm de cintura pré barrigona. Essa grande e inevitável mudança, tem haver com todos os sentimentos que eu não conhecia antes de sentir minha vida se mover dentro de mim, tem haver com tudo o que eu queria que agora se tornou completamente insignificante diante da minha outra pequena vida, tem haver com todos os meus sonhos agora todos dependentes do bem estar da minha pequena, a mudança que eu vivi tem haver com essa explosão de um amor que eu não sei nem onde começa nem onde termina, que eu não sou capaz de dimensionar.
Nem que eu ganhe o mundo vou poder pagar ao meu Deus por me permitir experimentar essa sensação de plenitude tão grande que eu sinto só em imaginar o rostinho da minha filha. Só Deus na sua grandiosidade e poder pra gerar um amor tão grande dentro de nós.
É maravilhoso pensar que mesmo que sejamos tão ruins quanto somos, ainda somos capazes de amar alguém tanto assim.
Com certeza que Deus nos ama muito, muito mais do que eu sou capaz de amar minha filha, mas agora eu posso pelo menos imaginar o que ele sente por mim e por você, diante do que eu sinto pela minha filha. E agora eu posso entender porque Deus deu da sua própria vida pra nos salvar, tudo só por nos amar.

Obrigada meu Deus, por nos dar a oportunidade se sentirmos tanto amor pela nossa filhinha, obrigada por nos amar tanto, por perdoar nossas falhas e consertar os nossos erros.
Nos ensina a amar sem medida não só os que são nossos, como também aos outros que não nos pertencem.
E eu termino esse textinho pedindo que Deus encha o coração da minha princesa com esse amor tão grande que só ele é capaz de gerar.

Vou ficando por aqui, cheia de ansiedade.

Fiquem todos no amor do nosso grande Pai.

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